terça-feira, 21 de agosto de 2012

“Em vão. Todo o teu encanto iria se esvaecer sem teus mistérios, teus olhos de céu não iriam fazer-me submerso, como pedra tentando nadar. Como palavras perfurando o papel em silêncio, cravando palavras que a boca não ousa falar. Teu sorriso de maçãs doces não iria prender-me como pássaro faminto. Minhas melodias sem musa não tocariam o teu coração disfarçado de oco. E nem mesmo as mais pérfidas declarações de amor fariam o teu sorriso curvar-se sobre suas sobras, sobre sua máscara de vidros afiados, que nega choros por querer ser fortaleza, mas na verdade é porcelana fina, boneca menina, brincando de vida em sua ilha sem praia.”

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